ACTA do XLV CAPÍTULO GERAL - "Encontro de Autores Transmontanos." Criado por jvieira em 02/04/2016 21:08:13 ACTA do XLV CAPÍTULO GERAL - "Encontro de Autores
Transmontanos."
ATA de l XLV Capítulo Giral – “Ancuontro de Outores
Strasmuntanos.”
ACTA do XLV CAPÍTULO GERAL - "Encontro de Autores
Transmontanos."
ATA de l XLV Capítulo Giral – “Ancuontro de Outores
Strasmuntanos.”
Aos seis dias do
mês de Junho do ano da graça de dois mil e quinze, às dez horas e trinta acrescidas
de uma hora, em Lisboa, reuniu-se na Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro, o
Capítulo Geral da Confraria dos Enófilos
e Gastrónomos de Trás-os-Montes e Alto Douro, presidido pelo Magnífico
Grão-Mestre. Da ordenança da assembleia magna da confraria constavam os
seguintes pontos:
1.
Leitura e
votação da Acta do Capítulo Geral de Primavera;
2.
Rituais de
Entronização e Confirmação;
3.
Apresentação do
Relatório de Actividades 2015 e Relatório de Contas 2014;
4.
Preparação do
Relatório de Actividades 2016;
5.
Comemorações dos
20 ANOS de Confraria;
6.
Homenagem ao
confrade Amadeu Ferreira.
O Mestre dos
Ritos e das Cerimónias anunciou a abertura do Capítulo, dando de imediato a
palavra ao nosso Confrade Nuno Aires, Presidente da Casa de Trás-os-Montes e
Alto Douro de Lisboa, anfitrião do Capítulo de Verão.
O Sr. Presidente
começou por sentir o orgulho de todos os associados da Casa de Trás-os-Montes
em receber o Capítulo da CEGTAD. Referiu-se à nossa confraria como uma escola
humanista, de grande convívio, de ensinamentos gastronómicos e enófilos, mas também
nos laços que se estabelecem entre os elementos desta comunidade. Deu as boas
vindas, agradecendo a presença de todos os confrades e apelando a que façam
desta a sua casa.
O Mestre de
Ritos e Cerimónias passou ao ponto 1 da ordem de trabalhos, tendo o
Grão-Chancelar procedido à leitura da Ata do Capítulo realizado em Aranda de
Duero. Após sujeita a votação, a mesma foi aprovada pelos confrades por
unanimidade.
Em mais uma
tentativa inglória, o Mestre de Ritos e Cerimónias voltou a referir a
necessidade de assinatura do livro de actas.
Passando ao
segundo ponto da ordenança, o Mestre de Ritos e Cerimónias anunciou a
existência de uma confirmação e duas entronizações, uma para confrade legatário
e uma outra para noviço.
Este ponto
iniciou-se com a prestação de provas do candidato a confrade irmão, António
Baptista Lopes. Começou por referir que a sua origem não é transmontana mas
beirã, de que muito se orgulha. A defesa da sua candidatura alicerçou-se no
trabalho profissional desenvolvido ao longo de 30 anos. Desde 1984 que tem tido
contactos com o universo cultural de Trás-os-Montes, inicialmente sobretudo
profissional, mas que, ao longo dos anos, proporcionou cimentar uma grande
amizade e admiração por um conjunto significativo de autores transmontanos. Começou
por referir as dezenas de livros de autores transmontanos que a sua editora
publicou, referindo-se precisamente à última publicação, da autoria de António
Monteiro, Comidas Conversadas, que por coincidência é Grão-Mestre da nossa Confraria.
A assembleia, estatutariamente júri do candidato, não se deixou influenciar por
este argumento. Pelo contrário, a citação dos mais notáveis autores
transmontanos dos últimos trinta anos, com particular destaque para Amadeu
Ferreira, foi considerado pelo conjunto dos Confrades, como justificação
suficiente para a confirmação como confrade irmão. A este propósito, referiu
ainda que, por decisão da Casa de Trás-os-Montes, a sala onde se realiza o
Capítulo passará a designar-se Espaço Amadeu Ferreira. Grande argumento de peso
apresentado pelo candidato prende-se com o facto da editora Âncora estar
destaca na publicação de livros em língua Mirandesa. O lançamento da Colecção
“Gastronomia e Cultura”, com destaque para a divulgação da Gastronomia
Transmontana foi também factor determinante na decisão de confirmação por
unanimidade do confrade irmão António Baptista Lopes.
Tendo sido
aceite pelo Conselho de Anciãos, seguidamente o Confrade Virgílio Gomes
apresentou o Confrade Noviço João Miguel Ferreira. Começou por apresentar a sua
actividade profissional enquanto, compositor e instrumentista. Enaltecendo as
suas qualidades no campo da música, referiu o impacto dessa sensibilidade na
cozinha. Tanto está à vontade com os arranjos musicais, como tem a capacidade
de juntar os melhores produtos das terras transmontanas e alto durienses e dar
arranjos modernos aos melhores pratos tradicionais. A assembleia ficou curiosa
pela demonstração dessa capacidade do entronizado, manifestando o directório de
notáveis toda a sua disponibilidade para, literalmente, provar a forma com que
o confrade demonstrará, durante o ano, toda a sua dedicação à gastronomia de
Trás-os-Montes e Alto Douro.
Seguidamente, o
Grão Conselheiro enalteceu a obra e dedicação do Confrade de Mérito Amadeu
Ferreira e a necessidade de preservar o seu legado. Dessa forma, nada melhor que
passar esse testemunho ao seu filho mais velho, com a entronização de Confrade
Legatário João Miguel Ferreira. O Grão Conselheiro referiu ao árduo trabalho
que espera o confrade legatário, pelo enorme legado deixado pelo seu pai.
Através do seu saber e da sua experiência que já é bastante, nomeadamente na
sua actividade profissional de investigador linguístico, a confraria espera
dele um grande contributo para o seu enriquecimento através do seu testemunho
cultural e gastronómico do Planalto Mirandês, tornando-o conselheiro para a
dinamização da língua mirandesa nos mais diversos actos da CEGTAD.
Encerrando o
segundo ponto da agenda o Grão Conselho procedeu ao acto solene de juramento
dos confrades entronizados e confirmados, exaltando-os mais uma vez para a
defesa intransigente da gastronomia e vinhos que as suas gentes de
Trás-os-Montes e Alto Douro tão laboriosamente os produziram.
Após ter sido
dada a palavra à assembleia para se pronunciar sobre qualquer tema que à
confraria diga respeito, não houve nenhum confrade a usar da palavra, pelo que
o Capítulo foi encerrado pelo magistral Grão-Mestre. Começou por referir a
necessidade de adiar a discussão e votação do relatório de contas de 2014, uma
vez que houve a necessidade de reorganizar a lista dos confrades e respectivas
contas corrente, muito embora o mesmo tenha sido mostrado à assembleia.
Nos outros
assuntos o inigualável Grão-Mestre anunciou um passo importante para a
confraria na defesa intransigente da gastronomia transmontana, com o facto de, a
partir do dia 1 de Julho, a CEGTAD passar a ter assento no Conselho de
Administração do Hotel-Escola de Alfândega da Fé, Estalagem de Nossa Senhora
das Neves como é conhecido, por delegação do Município que é detentor de 40% do
capital social.
Abordou a
existência de algumas ideias, algumas já passadas a projecto, e lançou a
possibilidade da confraria organizar alguns fins-de-semana de reflexão no
intuito da confraria prosseguir a sua missão, nomeadamente com o Capítulo
Extraordinário de Verão a realizar-se, por regra, neste espaço. Nesta sequência
exortou o Confrade Noviço recém-entronizado a preparar um dos seus pratos na
cozinha do hotel, integrando o evento na confirmação da sua dedicação à
confraria. Ficou a promessa do próximo Capítulo de Verão ser já aí realizado,
introduzindo uma terceira dimensão ao encontro: Cibum, vinum e Salus per Aquam.
A assembleia
ratificou por unanimidade a participação da CEGTAD no conselho de
Administração, mandatando o Directório de Notáveis para a representar nesse
órgão.
Foi ainda
referido pelo Magistral Grão-Mestre que os Capítulos para 2016 encontram-se já
programados, faltando apenas acertar datas. Para além do Capítulo de Verão em
Alfândega da Fé, está agendado o Capítulo de Primavera em Torre de Moncorvo e o
de Outono em Sabrosa.
Informou ainda o
Digníssimo Grão-Mestre que as comemorações dos 20 anos da Confraria
iniciar-se-ão a 17 de Outubro no Capítulo de Outono em Bragança e terminarão em
Torre de Moncorvo no Capítulo de Primavera. O Capítulo de Outono será uma
grande oportunidade para reviver Amadeu Ferreira e o seu papel na literatura
transmontana. Ainda em vida lançou um desafio ao Grão-Mestre para que, em 2016,
fosse publicado um livro em co-autoria que articulasse um conjunto de textos
inéditos de Amadeu Ferreira sobre a gastronomia no Planalto Mirandês e as
vivências a ela associadas com um enquadramento histórico e sociológico. Esse
desafio manter-se-á tal como programado, estando prevista a apresentação do
livro para o Capítulo de Primavera. A esse propósito aproveitou para propor ao
recém-confirmado António Batista Lopes que aposte na edição desta promissora
publicação.
Em nome do
vulnerável Grão-Mestre o Mestre de Ritos e Cerimónias deu por encerrado o
Capítulo de Verão, tendo os membros da confraria e respectivos acompanhantes
efectuado o pequeno percurso a pé para o restaurante da nossa Confrade Justa
Nobre, onde pudemos relembrar os petiscos das nossas avós como a salada de favinhas com morcela, os
carapaus de escabeche, os bons queijos e presuntos e doce de castanhas com
morangos.
Da parte da
tarde participamos no Encontro de Autores Transmontanos, organizado pela
Editora Âncora, onde se revisitou o Reino Maravilhoso através da grande riqueza
da literatura de Trás-os-Montes e Alto Douro. No final da tertúlia, a convite
da Editora Âncora, ainda tivemos o privilégio de ouvir o Coro dos Trabalhadores
da Mútua dos Pescadores e Ponto Seguro que permitiu a demonstração por um par
de confrades glamorosos de beilar l pingacho.
Finalmente,
depois deste árduo dia de trabalho, podemos abancar no pau, lá prós lados de
Alfama, no n.º 80 do Terreiro do Trigo, onde degustamos a excelência dos
produtos da mercearia fina transmontana. Bem-haja aos jovens empresários
transmontanos que apostam na qualidade e autenticidade da gastronomia e vinhos
da Região de Trás-os-Montes e Alto Douro, permitindo que grande parte da mais
valia fique com os laboriosos produtores.
Lisboa, 6 de Junho
de 2015
O Grão-Chanceler,
José Vieira